Orgulhosamente acompanhados
Dizem os economistas mais avisados, os que ainda fizeram a 4ª classe antiga e por isso ainda sabem fazer contas, que Portugal, por volta de 2020 será o país mais pobre da União Europeia.
O problema é económico; é do endividamento, é de escala, é de recursos, naturais e humanos, é financeiro, é de marketing. Os nossos problemas estão diagnosticados até ao tutano e há décadas por resolver.
O mal está, como diz Medina Carreira, na economia mas o remédio está na política.
Portugal não tem escala. Somos poucos, temos uma fraca industria, reputação e não somos vitais no palco mundial. Podemos todos gostar muito do pais, e eu gosto, mas é apenas por ser a minha casa. Se amanhã desaparecesse a verdade é que pouco mudaria no mundo. Era como se desaparecesse o Paraguai, ou a Letónia ou outro dos pequenos, irrelevantes e periféricos países do mundo, dos que contribuem pouco ou nada para a causa do mundo.
O nosso melhor já foi dado faz tempo, há muitos séculos e hoje, não fora a língua, alguns escritores, alguns futebolistas, o nosso vinho do Porto, a nossa magnífica costa e o pedaço de Atlântico que nos “pertence” e por nada seriamos conhecidos.
Claro que estamos na Europa, mas estarmos na Europa é estarmos sozinhos pois a Europa está condenada a ser o que sempre foi: um conjunto de diferentes estados, línguas, e preconceitos que sobrevivem como sobrevive a cultura de cada pais. Os espanhóis serão sempre espanhóis, os franceses, franceses, os alemães, alemães e o ingleses, amigos dos americanos e desconfiados do resto do continente. E nós seremos sempre nós. Pequenos, periféricos, pobres e irrelevantes.
Para sobrevivermos e termos peso temos de ter ideias novas e pelo menos tão grandiosas como as que nos fizeram outrora maiores do que o tamanho do nosso pequeno canto. Ou então verificar-se-á a profecia há dias lida num blogue: “o rectângulo não tem solução”.
Sobre Portugal há duas teses:
“Isto não vai a lado nenhum” e “Deixa andar que a gente ainda se safa”.
A minha teses é a de que “Isto não vai a lado nenhum, mas que é possível que a gente ainda se safe se pensarmos fora do rectângulo, o tal que não tem solução”.
Podemos pensar, e devemos, que o problema é de política que afinal é a gestão destas grandes empresas a que chamamos estados.
Ora o que fazer quando uma empresa não tem escala, para competir no mercado global?
Ou demonstra uma incapacidade para resolver os seus problemas?
Ou chega à conclusão que sozinha não vai lá?
As grandes empresas associam-se uma com as outras. As grandes empreses fundem-se. As grandes empresas fazem mergers. As grandes empresas trocam participações ou então desaparecem.
E os estados? Se é tabu pensar em abrir mão de alguma independência, de alguma soberania para conseguir sobreviver e prosperar. Se nós não o fizermos então o “mercado” i.e. o mundo fá-lo-á por nós. E nós seremos uma velha retrosaria que mais cedo ou mais tarde vai dar lugar a uma dependência bancária, espanhola.
(Abre-se aqui um parêntesis para dizer que Portugal já se associou nessa associação complementar de empresas chamada União Europeia, mas como também já referi é uma associação de empresas concorrentes, histórica e culturalmente concorrentes.)
Imaginemos que nós e outro estado resolvíamos, que era vantajoso unirmo-nos. Para ter mais escala, mais vantagens, para ser maiores mais poderosos e para beneficiar dos recursos um do outro.
Porque não?
No tempo das descobertas as nações fizeram take-overs hostis umas às outras. Portugal também o fez. Mas Portugal a dada altura fez uma coisa inovadora e grandiosa e única até hoje na história, (como tanta vez o fizemos).
Uma vez Portugal, movido por circunstâncias várias mas soberanamente, fez um spin off de uma das suas maiores sucursais, o Brasil, e deu-lhe a independência.
E se hoje fossemos tão vanguardistas como outrora e fizéssemos a coisa moderna e inovadora que era fundirmo-nos com outro país?
Seria inovador dois estados fundirem-se, abrindo mão de alguma soberania, para ficarem mais fortes
Uma espécie de “troca de participações” com outra nação para criar uma super nação mais forte.
Fundirmo-nos com outro pais era fazer o que muitas grandes empresas fazem para ter economias de escala, para ganhar massa crítica e para serem mais fortes e para se reorganizarem de forma mais eficiente.
O candidato ideal seria o Brasil claro.
Os benefícios são óbvios.
O Brasil é rico, grande, tem recursos naturais, é o maior falante da nossa língua e tem muito crowd o que num mundo onde cada vez é mais importante o crowd sourcing não é uma vantagem de somenos.
Nós temos menos para lhes dar mas mesmo assim temos alguma coisa
Temos uma agricultura mediterrânea (ou podíamos ter se a isso nos dedicássemos) temos azeite, o vinho e sobretudo temos a geografia e a Europa. Num mundo cada vez mais globalizado uma nação como o Brasil, que é uma federação de estados, ter um dos seus estados na Europa seria uma vantagem poderosíssima. Tornar-nos-íamos a mais poderosa nação atlântica
Criar-se-ia assim a primeira nação pan-continental.
Um pais global porque era da América e da Europa, do hemisfério Norte e do Sul e que aliaria a nossa velha vocação universalista à ambição Brasileira de protagonismo no palco mundial.
E resultaria?
Se resulta com empresas que são maiores que países?
Se resulta com empresas e empresários portugueses e brasileiros que trabalham cá em lá com o maior dos à-vontades?
Resumindo:
Sozinhos não vamos lá. Porque não fundirmo-nos com o pais com que temos mais afinidade cultural, o Brasil, de modo a criar uma nação pan-continental preparada como nenhuma para a globalização.
Claro que tudo tinha que ser muito bem referendado pelos accionistas que somos todos nós e, se talvez os brasileiros fossem mais difíceis de convencer, já nós, os portugueses, parece-me que estamos por tudo e não temos nada a perder.
Claro que como em qualquer fusão haveria problemas, lutas pelo poder, cedências, crises enfim dores várias que são normais nas mergers. Mas estou convencido que a fazer-se uma fusão esta seria a mais amigável de todas ao contrário por exemplo da Espanha que seria sempre um
Take-over hostil e que a prazo nos condenaria a ibéricos de segunda.
“Este país ainda vai cumprir seu ideal e tornar-se um imenso Portugal” cantou um dia o Chico Buarque. Pois eu digo de volta que este pais ainda vai cumprir o seu ideal e transformar-se num grande Brasil.
Um país, dois sotaques, duas feijoadas, dois fados (o nosso e a bossa nova que é o fado da praia) e com o melhor jogador do mundo na melhor selecção de futebol do mundo.
www.vamosfundirportugal.org
Pedro Bidarra
Lá vai o Coelho começar a espumar-se outra vez.
ResponderEliminarAcrescento: Uma única bandeira verde e azul mar.
ResponderEliminarEstá tudo fundido...
ResponderEliminar(desculpem, tentei resistir, mas não houve meio)
Acho a idéia como se diz agora, inovadora e disruptíva!
ResponderEliminarPerfeitamente alinhado com esta proposta estimulante, só acrescentava se me permitem uma variante em crescendo de elaboração. No Brasil há de certeza espaço para mais 8-9 milhões, deixávamos cá no rectângulo 1 milhão a tomar conta disto e a alugava-se o espaço aos Espanhóis e aos nossos outros parceiros Europeus, para virem fazer turismo de qualidade e instalarem-se em residências de idosos, por ex.
Será desta que cumprimos o 5º Império?
ResponderEliminarés uma besta...não bastavam os guinchos no youtube ainda tinhas que provar que nessa cabeça só há merda...
ResponderEliminarNossa, imagina só a implicância de ter a 27a unidade federativa no Brasil, sigla PT.
ResponderEliminarPoderia ser também algo como um estado associado, parecido com Porto Rico e Estados Unidos.
Representantes na Câmara de Deputados e no Senado viriam para inchar ainda mais nosso congresso brazuca.
É uma ideia bem intrigante, coisa de livro de Saramago...
Olha Pedro! sempre admirei o teu trabalho como estratega e criativo!
ResponderEliminarmas não consigo perceber como é que uma campanha sobre um país que na forma apresentava vários portugueses que davam a fronha pelo País, tinham o nome muito mais pequeno que esse fotografo do qual parecia que "Portugal" era marca dele.
Algum provincianismo veio para a rua.
primeiro quem é esse gajo?
que fez ele por isto, senão levar milhares de euros pelo trabalho?
o que interessa saber o nome desse gajo na marca "Portugal"?
Fartei me já alguns anos de um certo provincianismo publicitário que nós portugueses temos, que os cromos lá de fora são sempre bons!
caguei de alto para isso, pois gostamostanto disto aqui que há quem mude os nomes de certas regiões de Portugal tipo Allgarve!
porra!! fod...........!se querem ser patriotas e acho que o és! buga lá começar por aquilo que fazemos!
um grande abraço!
e um bom ano patra ti e para a BBDO!
Tó Trips
Desculpem mas tive de deixar o meu comentario...relativamente ao Allgarve... Minha gente isso nao tem nada a ver com estrangeirismos, mas sim com uma marca que foi criada para promover todos os eventos que se realizam no Algarve. Não teve influência no nome da terrinha. Sim porque eu sou de cá e isto não mudou de nome, que eu saiba. e mais, sou designer e estou a par do que a marca significa. Por isso acho melhor e sem kerer ofender ninguém, cultivarem-se um pouco antes de "dar tiros no escuro".
ResponderEliminarO frustrado do publicista está cá com uma ideias.
ResponderEliminarE lendo por alguns comentarios em cima não será o unico frustrado cá na terra.
Olha e porque nao!? :)
ResponderEliminarApenas lembrando, que esta união ja existiu e se chamava Reino Unido. Era o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. A capital ficava no Rio de Janeiro, onde o Rei residia.
ResponderEliminarBrasil e Portugal podiam realmente se unir,é só esses debates serem mais abertos ao publico em massa, se o povo quiser pode pedir um referendo no brasil e em portugal.
ResponderEliminarSe realmente portugal e brasil se unissem poderia se formada a maior nação atlântica ,portugal teria mais recursos financeiros seria automáticamente dono da maior parte da maior floresta tropical do mundo (Amazônia),de uma das maiores redes petroliferas do mundo e também faria parte de um pais que em um unico ano saltou de 8ª para 6ª maior economia mundial, podendo muito em breve ser a 5ª.
Vamos fazer campanha mostrem essas idéias para a população e deixem que ela decida o futuro da nação;essa questão de ser contra a fusão brasil/portugal é mais dos politicos e intelectuais que por soberba não se importam com a população nem com o que ela pensa.
No brasil existe um site chamado "PETIÇÃO PÚBLICA" , que é utilizado para que cidadãos ,que acessam a internet, possam fazer ou propor um abaixo-assinado, e assim quando obtiver o máximo de assinaturas possível possam levar ao congresso brasileiro ,para assim pedirem um referendo ou plebiscito.
ResponderEliminarNão haveria em portugal algo neste modelo , pois seria uma forma de lutar por este ideal e tornar-lo possivel.
OBS: Poderia se começar pedindo a unão monetária dos dois paises , portugal podia adotar o real como moeda, pois o real tem se valorizado muito no mundo , enquanto o euro pode está prestes a ser boicotado.
Se o brasil não se fundir com portugal , acabará por se fundir com outros paises da américa do sul.
ResponderEliminarACESSEM O LINK ABAIXO E SAIBAM DO QUE ESTOU FALANDO:
http://averdadequeamidianaomostra.blogspot.com/2011/11/o-projeto-da-unasul-infelizmente-esta.html
Prefiro Portugal do que os bolivarianos da América Latina.
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