19.1.10

Amor Impossível

Contaram-me uma estória de amor entre uma bióloga mergulhadora e um polvo, um amor inter-espécies e portanto impossível. A estória é verdadeira.
A bióloga todos os dias mergulha entre polvos, tubarões e garoupas para os alimentar.
Um polvo em particular agarrava-se a ela e acariciava-a quando ela lhe dava comida. Agarrava-se ela tirava-o, ele voltava a agarrar-se num ritual que se repetia dia após dia.
Sempre no fim deste ritual, o polvo tentava prendê-la para não a deixar fugir. Ela retirava-lhe o tentáculo e ele fugia para um buraco na rocha. Ela nadava de volta não sem antes lhe lançar um olhar.
O polvo, sempre à espreita do buraco, quando a via virar-se para lhe dar uma última olhada escondia-se "amuado".
Um dia, tendo-se repetido o ritual, e depois do polvo ter fugido para o seu buraco, ela olha de volta e pela primeira vez o polvo não estava lá.
A bióloga não ligou e seguiu a sua vida.
Mais tarde vieram a encontrar o polvo, seco e morto em frente ao cacifo dela.
Enquanto ela lhe virou as costas o polvo saiu do oceanário e tê-la-á seguido, ou seguido o cheiro dela até ao cacifo. Aí resolveu ficar e esperar até secar e morrer de amor.
Moral da história: apaixona-te pela tua espécie se não, fora do teu meio, sufocas e morres.

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