Quanto vale uma boa ideia?

Ter ideias não é fácil. Se fosse, já alguém tinha tido uma ideia para acabar com esta crise, por exemplo. O fabrico de uma ideia pressupõe talento, cultura geral, concentração, persistência e muito, mas muito trabalho. E não se tem ideias das 9 às 6. Não conheço nenhum criativo bom (criativo no sentido de qualquer pessoa com capacidade para gerar ideias) que entre às 9h, ponha o chapéu das ideias, saia às 18h, vá para casa e diga: “pronto, por hoje não tenho mais ideias”. Um bom criativo é um mau marido, um mau namorado, etc. Porque leva as ideias para casa e se deita com elas.

É por isso que as boas ideias são tão poucas quando comparadas com as más. Uma boa ideia tem a capacidade de ser contagiante, de iluminar tudo à sua volta. É um íman que atrai sucesso, dinheiro, vendas, etc. Sendo assim, não entendo porque estão as boas ideias tão mal vistas e tão desvalorizadas hoje em dia.

No caso da publicidade, vejo pessoas, inclusivamente as que supostamente trabalham no mesmo negócio que eu, atacar as boas ideias como um capricho de quem quer ganhar prémios. O que interessa é vender. Certo, mas as boas ideias é isso que fazem. Vendem mais, quero lá saber dos prémios.

Tudo o que gera riqueza é valioso, menos as ideias, por estes dias.